Centro de atendimento a Covid encerra atividades

Após quatro semanas de trabalho voluntário e gratuito, médicos despedem-se do CAC

Teve encerramento na noite de ontem, quarta (31) o Centro de Atendimento a Covid – CAC, uma porta aberta em um momento em que a cidade enfrentava um colapso na área da saúde no enfrentamento a Covid-19.

Para se ter uma ideia do que significou essa abordagem, cabe dizer que mais de 3 mil pessoas passaram pelo CAC. Esse trabalho vai gerar documento científico, pois existe uma equipe de médicos e voluntários que monitoraram os pacientes.

Outro ponto importante foram os colaboradores que enfrentaram o risco de uma contaminação, mas lá estiveram gratuitamente. Quando consultamos o empresário Jadir Saraiva de Rezende sobre se valeu a pena, a resposta é clara, “no auge do colapso não tinha atendimento, a pessoa chegava no hospital e não tinha vaga e não havia o que os atendentes pudessem fazer, então o CAC era uma porta que se abria para descongestionar o sistema e felizmente tivemos os médicos voluntários, pois sem eles não faríamos nada, só o dinheiro não resolve”.

O médico Dr. Jorge Luiz dos Santos, coordenador do CAC, salienta “com essa ação nós conseguimos ajudar, fazer a nossa parte, uma porta a mais aberta, uma opção a mais para comunidade com atendimento médico, avaliação e medicação quando necessário, além de ouvir respeitosamente as preocupações em cada consulta e também oferecer palavras que pudessem amenizar o sofrimento de cada pessoa”.

O médico ainda faz questão de agradecer aos voluntários que lá estiveram, aos empresários que deram suporte para toda a logística e principalmente aos colegas médicos que acharam um tempo em suas agendas e que se tornou tão precioso para cada pessoa que lá esteve.

Falamos também com um senhor que tinha feito a consulta sobre o que ele achava do CAC, “no mundo em que nós vivemos, a desigualdade, a indiferença das pessoas, o que nós precisamos é de seres humanos, que mais pessoas sejam voluntárias e que Deus abençoe esses médicos por sua solidariedade”, finaliza Vilson Luis Soste.

Para a colaboradora Vitalina Girardi “foi muito gratificante, me senti realizada em poder doar o meu tempo e acompanhar o resultado das pessoas que depois de terem passado pelo tratamento, voltaram para agradecer”. Ao conversarmos com o presidente da Associação Médica de Cascavel, Dr. Jesus Viegas, o mesmo disse, “é importante agradecer a toda a comunidade, voluntários, os empresários, médicos e a imprensa em geral pelo apoio que nos deram”.

O médico completa, “nesta noite há um sentimento de gratidão por ter ajudado em um momento tão difícil que enfrentamos, sei que existem pensamentos dissonantes, mas o mais importante é sentir que valeu a pena abrir os braços para um acolhimento em um momento em que a cidade passava por um colapso por conta da pandemia mesmo com o esforço incansável do prefeito, secretário de saúde e toda a equipe” finaliza.