A Comunidade Italiana está quieta esqueceram “Nessun Dorma” (sem dormir), e não se ouve mais os corais, os patronos adoeceram e alguns já partiram mas nós todos que estamos aqui, seus representantes, podíamos solicitar aos nossos vereadores para comemorarmos e homenagear a Colônia Italiana, cumprindo o que diz a lei que trata de uma sessão especial para lembrar aqueles que, com suor e trabalho, ajudaram a construir Cascavel.
A primeira sessão foi engalanada com o coral “Ladri di Cuori” que nos presenteou com lindas canções. Naquela ocasião eu fiz a saudação que segue: Como Tudo Começou Uma História de Amor e Música.
Nos domingos pela manhã na longínqua Barra do Piraí no estado do Rio de Janeiro, minha mãe cantarolava as músicas italianas que eram tocadas na Rádio Jornal do Brasil e recordo-me de Mamma com Beníamino Gigli, Parlami d’amore Mariù com Mario Lanza ou Mattinata com Enrico Caruso e outras mais enchiam as manhãs de domingo antes da macarronada, mais tarde veio a época romântica e suas músicas cantadas por Nini Rosso, Domenico Modugno, Peppino di Capri, Sérgio Endrigo e a agitada Rita Pavoni.
O filme “ O Candelabro Italiano” marcou época e trouxe a lambreta para nós, e a música Al di la com Emílio Pericoli.
Na escola estudávamos Dante, o Renascimento, o esplendor do Império Romano.
As viagens começaram a acontecer pelas mãos da Polvani, a minha primeira viagem teve um jantar com o Comendador Polvani em Gênova e me traz muitas lembranças, conhecemos todo o esplendor do renascimento, Michelangelo, Rafael, Leonardo da Vinci, Botticelli. Outros pontos visitamos e a cada momento a Itália ficava mais cativante e íntima, era um amor antigo que aumentava com o convívio.
Estava em Cascavel e a polenta que no Rio é o angu passou a ser feita mais frequentemente e muitos outros pratos surgiram no cardápio. Os membros da Colônia Italiana estão em todos os setores da nossa cidade. Ajudaram a desbravar, trouxeram o progresso e sua maneira alegre de ser. Na chamada de aula do Colégio Wilson Joffre, nas pacientes dos consultórios, nos alunos da faculdade os sobrenomes italianos estavam presentes e hoje é difícil encontrarmos uma família em que não conste um membro com sangue italiano.
Nas duas vezes em que fui vereador muitos e muitos votos foram da comunidade ítalo-brasileira que depositou confiança no trabalho que poderia prestar.
Sempre foi uma preocupação minha manter vivo o ideal de Garibaldi, Vitor Emanuel e Cavour que souberam mostrar a União de um povo que em um período de crise buscou novas terras, enfrentou mares bravios em busca da América.
Vamos aguardar e com a expectativa de um trabalho conjunto com a Secretaria de Cultura, voltarmos as nossas tradições.
Dr. José de Jesus Lopes Viegas – CRM – PR 5279. Presidente Associação Médica de Cascavel.