‘Não faltam médicos; o que falta é vontade de trabalhar’

Declaração foi dada pelo vereador Jorge Bocasanta…

A reação às notícias veiculadas no maior portal da cidade (CGN), dando conta de que pacientes reclamavam de longa demora no atendimento e acusavam falta de médicos como principal motivo, foi impetuosa.

O vereador Jorge Bocasanta (PROS), membro da Comissão de Saúde da Casa, que já havia ‘invadido’ na semana passada e batido boca com colegas médicos em razão da longa espera de pacientes por atendimento, foi além ontem e reagiu as noticias de que o motivo pela longa espera seria a falta de médicos; “não faltam médicos. O que falta é vontade de trabalhar”, disse.

O vereador acusou “suspeita” de que está em curso uma Operação Tartaruga, atrasando ao máximo atendimento para criar caos. “Eu digo que falta vontade de trabalhar porque na semana passado quando fomos a uma UPA constatamos que em três horas, 15 pacientes haviam sido atendidos. Isto mudou durante a nossa permanência lá. Em 40 minutos que lá estivemos 18 pacientes haviam sido atendidos e passaram as visitas. Isto quer dizer que, em 3 horas daria para terem sido atendidos neste mesmo ritmo, 81 pacientes”, contabilizou.

Bocasanta defendeu ontem mudanças no sistema e sugeriu mudanças na lei e no plano de cargos para que médicos passem a receber por atendimentos e não mais por horas trabalhadas. Muita gente trabalha com afinco, mas tem aqueles que realmente não gostam”, disse.

Audiência

O vereador Roberto Parra (PMDB), presidente da Comissão de Saúde defendeu ontem a realização com urgência de uma audiência pública para discutir a situação. Vou propor um requerimento para convocar todos a discutirem e encontrarem soluções. Temos que dar respostas a população se falta ou não médicos? Se faltam ou não atendentes e enfermeiros? Se faltam recursos ou o que mais? E estes problemas de atendimento, com falta de fichas também atingem as UBSs. Vamos buscar as informações e conversar com a população, com a classe médica e com os gestores de saúde, com a participação de outros órgãos e inclusive o Ministério Público. Vamos encontrar as falhas e propor mudanças. Do jeito que está não vai mais. É preciso mudar e para isto precisamos discutir e encontrar a melhor fórmula”, defendeu.

Parceria

Já o líder do governo na Câmara, vereador Alécio Espínola defendeu formulação de nova proposta de gestão da saúde. Temos que fazer um debate com todas as forças da cidade e achar uma saída. Do jeito que está não dá. De quem é a culpa? Dos médicos? Dos atendentes? Do sistema?”, questionou.

Já respondendo, disse que não sabe, mas relatou que em recente viagem a região metropolitana de Curitiba, em Pinhal conheceu um Hospital e uma UPA terceirizados que são geridos por uma Organização Não Governamental, que “atendem uma cidade de 120 mil habilitantes com incomparável competência, organização, zelo e respeito às pessoas que merece ser copiado”.

Alécio convidou a todos seus colegas vereadores a conhecerem a experiência de Pinhal e sugeriu um pacto pela saúde da cidade, envolvendo toda a sociedade organizada para por fim ao sofrimento das pessoas e também dos médicos nas UPAs da cidade.

O texto é de Fernando Maleski, da Gazeta do Paraná.

Fonte: CGN