Vez por outra lembro-me da música: “Quem sabe”, de Carlos Gomes
Tão longe de mim distante
Onde irá, onde irá o meu pensamentoTão longe de mim distante
Onde irá, onde irá o meu pensamentoQuisera, saber agora
Quisera, saber agoraSe esqueceste, se esqueceste
Se esqueceste o juramentoQuem sabe se és constante
Se inda é meu teu pensamentoMinh’alma toda devora
Da saudade, da saudade, agro tormentoTão longe de mim distante
Onde irá onde irá teu pensamentoTão longe de mim distante
Onde irá, onde irá o meu pensamentoTão longe de mim distante.
O nosso pensamento viaja e nos transportamos para um passado às vezes distante. A Internet veio trazer as lembranças, quando localizamos um amigo via whatsapp com o qual não falávamos ou víamos há muito tempo.
Há alguns anos fui localizado por ex-alunos que não nos víamos há quase quarenta anos. Ligaram no meu celular e a partir daí foram vários contatos até uma reunião no Rio, em que tive a oportunidade de levar para brindarmos uma caixa do espumante da “DEZEM”, produto nosso, do Oeste do Paraná, delicioso, depois deste eles já se encontraram algumas vezes, mas eu só tomei conhecimento por telefone não pude comparecer. Vamos nos rever em breve. O abraço é muito importante e transmite energia, percebemos que há uma troca de carinho de felicidade.
Quantas pessoas ficam só nas mensagens e dizem: estamos em “conexão,” os “VIPs” ou artistas têm seguidores, recebem mensagens, todas são respondidas, mas jamais sabem quem são e seria até impossível o “contato” com algumas delas. Uns vivem em silêncio, mesmo com depressão embora tenham milhares de contatos (não é contato) é só o nome na lista virtual, às vezes uma foto editada, cheia de filtros. Tenho um amigo que vive quase sozinho, mas tem uma “irmã” que nunca viu, só na internet e vários amigos pelo mundo que só se veem pelo celular, um não fala a língua do outro, usam os tradutores da internet. Ficou doente só um foi ao hospital, os outros não puderam entrar e ele ficou sozinho mas com celular.
A Rose me contou que encontrou uma amiga do colégio de quarenta anos atrás, após um café voltaram a conversar e após algumas dicas de telefone conseguiram remarcar um reencontro com mais de quarenta colegas. Via a foto antiga da época da escola, hoje já estão com cabelos brancos, foi uma emoção só, sem precedente, como é bom reencontrar. A memória faz o tempo voltar e as boas lembranças brotam como flores cultivadas com amor. Às vezes tenho frustrações pois não consigo reunir mais os colegas de turma, pois só nos primeiros anos isso foi possível, os organizadores que moravam em Teresópolis onde está a faculdade, faleceram e os demais não se organizaram para continuar com os contatos e fazerem conexão para as reuniões. Encontrei uma alternativa todos os anos reúno os parentes, mesmo os que não tem o mesmo sobrenome, os chamamos agregados, os amigos distantes, fazemos um almoço em Ipiabas lá pertinho de Barra do Piraí e são momentos de muita alegria, de abraços e carinho, tudo isso preparado com antecedência, são meses de avisos chamadas, cartas e outros meios eletrônicos para lembrar a data, e fazer um chamamento, e todos respondem sim, pois necessitam também desta relação da amizade que nos faz felizes. Não é só no Natal que as propagandas de perfumes, margarinas, bancos nos faz despertar o espírito fraternal, devemos durante vários momentos de nossas vidas procurar os amigos afinal o homem é um ser social e como tal precisa do outro.
Dr. José de Jesus Lopes Viegas / CRM – PR 5279 / Presidente Associação Médica de Cascavel.